Força, fortaleza - Resenha crítica - Marcelo Facchini
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Força, fortaleza - resenha crítica

Força, fortaleza Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Força, fortaleza

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5047-374-7

Editora: Citadel

Resenha crítica

Facchini: como tudo começou

Marcelo Facchini faz parte de uma família de empreendedores. Seu avô, Euclides Facchini, fundou a empresa de implementos rodoviários Facchini S/A em 1950. Na época, era uma oficina simples, que se desenvolveu ao longo dos anos. O negócio virou uma fábrica de carrocerias, consertando e fazendo carrinhos de tração animal e carriolas.

O pai de Marcelo, Rubens Facchini, também passou a atuar no negócio. Com o tempo, a Facchini cresceu e montou sua própria serraria. O crescimento da marca fez com que ela passasse a ter aspirações cada vez mais altas, produzindo também carroceria de caminhão. Hoje, está entre as dez maiores empresas do ramo no mundo.

Essa vivência familiar trouxe a Marcelo uma cultura de trabalho que começou cedo. Aos dezessete anos, ele já ajudava na empresa da família. No início, contava parafusos no almoxarifado. Depois, foi para o cargo de comprador, trabalhando com o gerente de compras. Apesar de ser o membro da família que gerenciava a empresa, Marcelo também precisou se esforçar.  

Seguindo os passos do pai

Marcelo ia para a empresa aos sábados e domingos, para aprender mais. Desde então, são trinta anos dedicados à marca. Ele assumiu várias funções no caminho. Foi gestor de setores diferentes e estava sempre próximo dos processos. A Facchini estava em seu coração.

Diante do desafio da sustentabilidade, a Facchini conseguiu se reinventar. A marca só confeccionava produtos em madeira. No entanto, com o passar dos anos, a família viu a necessidade de mudança. Hoje, a empresa usa matérias-primas mais resistentes, sustentáveis e práticas. É o caso do aço e do alumínio. 

A vida de Marcelo e da Facchini andavam muito bem. Ele gostava de conversar com os profissionais, ouvir sugestões e encontrar formas de fazer todo mundo crescer junto. Ocupou vários cargos, cresceu de importância e seguiu os passos do pai e do avô. Até o dia em que sua vida passou por uma reviravolta trágica e brutal.

Dor

Marcelo tinha uma rotina comum. Ele acordava cedo, dava um beijo nos filhos e saía para trabalhar. Em 6 de março de 2009, o dia parecia ser como qualquer outro, seguindo esse itinerário. Era o dia do aniversário de 35 anos do autor. Ele pegou seu carro e seguiu pela rodovia Euclides da Cunha, perto de São José do Rio Preto.

Na época, essa era uma estrada perigosa. Perto de oito da manhã, ele bateu em um carro que ia no sentido oposto. De frente. Entrou em coma na mesma hora. O atendimento demorou porque os socorristas acharam que Marcelo estava morto. Quando notaram que ele tinha vida, levaram-no às pressas para um hospital. 

Quando chegou ao hospital, foi analisado pelos médicos. Eles perceberam um quadro de traumatismo craniano. Algumas pessoas da equipe do hospital estavam incrédulas de que Marcelo sobreviveria. No entanto, sua família perseverou. A mãe, Sônia Facchini, tinha uma forte fé interior na crença de que seu filho sobreviveria.

Renascimento

As chances de sobrevivência de Marcelo eram muito pequenas. A pressão intracraniana estava no limite por causa do traumatismo. Sônia, no entanto, nunca acreditou nos médicos. Sempre dizia para si mesma que o filho voltaria ao normal. O tratamento médico foi difícil. O quadril, pernas e pés estavam quebrados.

No entanto, a aflição da família começou a diminuir aos poucos. Marcelo saiu do risco de morte quinze dias depois do acidente. Acordou do coma depois de um mês. Ainda assim, tudo acontecia um dia por vez. Ao despertar, deparou-se com o peso das sequelas motoras e neurológicas. Ainda não conseguia mover nenhum membro.

Era preciso tratar a coluna cervical para que recuperasse, aos poucos, o controle do corpo. Por causa das lesões, Marcelo precisou reaprender a falar, comer e fazer as mais simples tarefas. Foi um período difícil. O autor enfrentou uma prova de resiliência e força. Nos primeiros meses, ficou com o humor deprimido.

Força, fortaleza!

Tudo parecia doer. Marcelo emagreceu catorze quilos e estava debilitado. Não conseguia ficar em qualquer outra posição que não fosse deitado. Seu alicerce foi a fé de sua mãe. Sônia acompanhou cada passo da reabilitação, motivando e dando força para o filho, mesmo diante das dores. 

Quando o filho fraquejava, a mãe ajudava-o a se erguer. Quando Marcelo queria desistir, Sônia dizia para ele ter força. Usava a frase “força, fortaleza!”. Ela virou um mantra da família e lembra Marcelo de todas as lutas que precisou travar, principalmente as mais difíceis. 

A mãe fez o filho perceber que não era hora de jogar a toalha. A condição de saúde exigia luta. Então, Marcelo lutou. Encarou o difícil processo de reabilitação. Seu foco eram os filhos. Ele gostaria de ter alta para poder vê-los logo. Sessenta dias depois da internação, Marcelo finalmente ficou bem o suficiente para sair do hospital e voltar para casa.

Os primeiros meses fora do hospital

Apesar dos problemas físicos, Marcelo ainda tinha condições de andar, falar e se movimentar. O problema é que o impacto no cérebro fez com que ele se esquecesse de como se faz essas coisas. Por isso, ficou dependente do cuidado das pessoas ao redor. Precisava recuperar a coordenação motora aos poucos.

Os primeiros meses depois do hospital foram bem difíceis. Marcelo chorava todos os dias pelo que tinha acontecido. Desaprendeu a andar e não lembrava mais como fazer quase qualquer coisa que envolvesse coordenação motora. Tinha dificuldade para lidar com o sofrimento da situação. Questionava a Deus toda hora.

Queria saber por que o acidente aconteceu logo consigo. Ele remoeu tudo o que houve várias vezes. Sentia-se amargo e deprimido. Precisou do apoio massivo da família e dos amigos. O que aliviou seu coração foi ter os filhos perto de si.

Só damos valor às coisas quando as perdemos

Já passamos da metade do microbook e Marcelo conta sobre o dia em que decidiu ver as fotos do acidente, registrado por um dos seus amigos. O que viu foi impactante e revelador. Ele quase não acreditou. O carro ficou estilhaçado. Era inacreditável que estivesse vivo. Ver aquilo aplacou seu sofrimento e lhe fez perceber como era privilegiado por estar vivo.

Marcelo adotou uma postura mais otimista. Começou a traçar objetivos que parecem simples, mas eram imensamente difíceis. Seu foco era fazer tarefas como reaprender a comer com garfo e faca, usar o controle remoto e virar de lado na cama. São coisas que não costumamos dar valor, exceto quando as perdemos.

A primeira vez que conseguiu se virar sozinho na cama foi motivo de alegria. Ele começou a fazer força para virar, acreditar e dizer para si mesmo “força, fortaleza!”, como sua mãe costumava fazer. Demorou alguns minutos, mas, quando finalmente conseguiu, Marcelo gritou e comemorou como se fosse um gol em Copa do Mundo.

Milagre

Marcelo conta que comemorar pequenas vitórias importa. Uma série de avanços modestos criam grandes conquistas. Reparar nisso é o que traz os melhores resultados da vida. Esse período fez o autor acentuar ainda mais sua relação com a religiosidade e com Deus.

Ele conta que sua recuperação não faz sentido do ponto de vista da medicina convencional. Por isso, o termo que usa é “milagre”. Marcelo prometeu para si mesmo nunca mais reclamar por qualquer razão que fosse. Usaria o despertar na vida para aproveitar sua nova chance. Deus sorriu para ele.

Para Marcelo, Deus o deixou vivo para que cumprisse seu propósito de vida e seguisse ajudando as pessoas. Também fez isso para que ele pudesse ver seus filhos crescerem. Só está aqui por razões sobrenaturais. A maior parte dos médicos descartaria qualquer possibilidade de recuperação.

A volta à Facchini

Assim que recuperou parte da coordenação motora, Marcelo quis voltar às suas atividades na Facchini. Tinha medo de como seria retornar depois de um acidente desse nível. Ao chegar, ficou surpreso com a reação. Vários profissionais choraram de emoção, enquanto outros abriram um sorriso largo.

O autor achou essa recepção inesquecível. Poucas vezes sentiu tanto carinho, afeto e cuidado. Isso trouxe força e ânimo. Foi um sinal do quanto era amado. As pessoas da Facchini contaram o quanto oraram por sua recuperação, para que pudesse voltar logo. O medo da rejeição foi trocado pela surpresa do acolhimento.

Depois do período de adaptação, Marcelo foi, pouco a pouco, voltando a sua rotina. Era um novo normal. Precisava lidar com a rigidez muscular e a mudança nos reflexos dos tendões, consequências do acidente. No entanto, sentia-se bem ao receber o apoio das pessoas ao seu redor, principalmente o de uma em particular.

O resgate do amor

Seis meses depois do acidente, Marcelo percebeu que algo estava faltando. Ele era pai solteiro e fazia algum tempo que não se apaixonava. Isso mudou quando conheceu Josi, sua professora de pilates. Ele se encantou com sua gentileza e atenção já nas primeiras vezes em que a viu.

Marcelo tomou a iniciativa de mostrar que queria conhecê-la melhor. No entanto, ele tinha medo da rejeição. Olhava para si como uma pessoa diferente das demais, por causa das sequelas do acidente. Sentia-se inseguro. Com Josi, descobriu que não precisava fingir que era forte o tempo todo. Poderia ser aceito, mesmo com anseios e cicatrizes.

Logo, apaixonaram-se e viraram um casal. Josi é simples, doce, companheira e perseverante. Os dois cultivam a mesma fé. São amantes e amigos. Marcelo percebeu que ela poderia ser sua companheira para a vida toda. Hoje, viajam juntos ao redor do mundo e aproveitam de várias formas a presença um do outro.

Deus criou um instrumento de transformação

A experiência ensinou a Marcelo a importância de não desistir, mesmo diante das pedras no caminho. Precisamos carregar pensamentos bons e tranquilizadores, além de ficar perto de pessoas que servirão como pontos de apoio. Às vezes, os problemas nos inundam e não conseguimos ver o fim daquilo.

A dica de Marcelo é esperar, porque a solução aparecerá, uma hora ou outra. O autor também conta sobre a importância da fé. Para ele, só entramos em contato com Deus pela dor ou pelo amor. O autor precisou fazer isso pelo primeiro e sugere às pessoas que façam pelo segundo, porque é muito mais fácil.

O choque fez Marcelo ver que também é um instrumento de transformação na vida dos outros. Ele sente que renasceu, para ser um homem melhor. Virou um testemunho em vida. 

Fé, missão de vida e família

A vida é um mar de rosas com um ou outro espinho. No entanto, nenhum se compara com um problema sério de saúde. Isso pode acontecer sem ao menos esperarmos. 2009 foi o ano de nascimento dos filhos de Marcelo. No dia de seu aniversário, o inesperado aconteceu.

O acidente testou sua relação com Deus e sua força. Hoje, ele carrega uma crença implacável, como a de sua mãe. Marcelo ainda tem sequelas e anda com apoios. Só que agora acredita com fé que irá deixá-los um dia, para caminhar de forma independente, como fazia antes do acidente.

Marcelo defende que fé, missão de vida e família são o que tornam a travessia no deserto suportável. É esse tripé que o impulsiona a seguir sua reabilitação. Para ele, somos mais fortes quando estamos com as pessoas que amamos e conectados com um propósito que dá sentido à nossa presença no mundo.

Notas finais

Força, fortaleza traz uma história chocante, centrada no sofrido processo de reabilitação depois de um acidente. É um convite a repensar a forma que vivemos e a valorizar pequenas coisas, como ser capaz de andar sem apoio e ter os membros do corpo em dia.

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Quem escreveu o livro?

Marcelo Facchini é empresário, palestrante e diretor da Facchini S/A, uma das maiores empresas de imple... (Leia mais)

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